sábado, 18 de abril de 2009

LUTO NA COLETIVOZ!

MORREU ontem um dos maiores intelectuais da atualidade brasileira; Um dos maiores militantes por uma política cultural mais justa nesse Brasil; Um amigo fraterno; Uma personalidade marcante, e de crítica incisiva do teatro paulistano; Um herói dos nossos tempos de dificuldade! Reinaldo Maia.

Reinaldo Maia Veio até nós, a convite do Grupo Trama de Teatro, a princípio como expectador e interventor crítico. Porém, foi se revelando grande parceiro em nossas atividades na periferia, intervindo, criticando, comunicando, e, mais importante, fazendo-nos enxergar nossos objetivos. Atuar com e para o indivíduo tornou-se uma necessidade para nós. Há três anos, mantivemos uma comunicação muito valiosa e frequente. Apresentou com muito carinho seu trabalho em Sampa e nos acolheu do lado esquerdo da força; do lado esquerdo da vida, do peito. Sim, pois seu lado esquerdo, avesso, vermelho comuna, sempre foi a marca maior de sua defesa de vida.

Daqui, só temos a agradecer a esse grande portador de verdades. Lembro-me bem, quando em visita ao Teatro de Arena de SP, sua atitude de humildade e respeito ele nos disse: "Não tenho dignidade pra pisar neste palco! Nele eu não piso nem fora de cena". Fez valer toda luta travada nos tempos de ditadura naquela Arena de Eles não usam Black Tie!

Sabemos agora que nossa luta será maior e, por isso, mais justificada. Morre um guerreiro para renascerem mil de seu legado!

Obrigado Maia Pelo seu exemplo de vida em defesa de um país mais justo e igualitário.

Conforto à todos os amigos e admiradores,

À Luta, e à voz!

Rogério Coelho

Deixo um release seguido do último texto publicado no MATRACA CULTURAL (http://r.maia.zip.net/)

Natural de Ibitinga, Maia formou-se em Filosofia pela USP. Como autor, tem dezenas de peças encenadas, entre criações originais, como Babilônia e Follias Fellinianas, e adaptações, como Oresteia. Maia é ainda autor de sete livros, entre eles Brecht Visto da Rua e O Ator Criador. Como ator, brilhou no papel de um comunista em El Día Que Me Quieras, dirigida por Marco Antonio Rodrigues, um de seus principais parceiros na arte. Maia é autor da peça Novos Velhos Dias em cartaz no Teatro da Vila e ensaiava um solo. Deixa mulher e uma filha de 7 anos.


Matraca Cultural

12/04/2009 O Provincianismo do colonizado


Dizia o Nietzche que –“o outro lado da moeda da moral do senhor ainda é a moral do senhor”. Ele dizia isso para alertar ao escravo que, se desejava lutar contra o seu explorador, tinha de criar uma nova moral, não bastava apenas fazer o contrário para ser “verdadeiro”. Essa máxima nos faz pensar um pouco como se dá a luta política por parte daqueles que tem um fraco entendimento de sua prática.

Esse início é só para dizer como é infantil, risível e boçal a piadinha do Senhor Presidente a República sobre o convite do FMI para que o Brasil lhe empreste dinheiro. Disse o Presidente com suas palavras “irônicas”: “não é uma piada, nós que ficávamos de crise em crise fazendo empréstimos do FMI agora emprestarmos dinheiro para ele? Eu me lembro que na década de 70 carregava cartaz com os dizeres fora FMI.” Ainda na primeira gestão do senhor Lula da Silva fui convidado a participar de uma reunião de secretários do PT na cidade de Osasco a convite do Partido. Antes de mim falou o “Silvinho”, é ele mesmo, o Silvinho da Land Rover usada. E todo empolgado, com o poder e com suas próprias palavras, é incrível como a gente se torna narciso com a proximidade do poder, dizia de uma pesquisa que tinha sido feita sobre o governo do Lula e aparecia, como acerto em primeiro lugar, a Política Externa. E toda a claque de Secretários de Cultura o aplaudiu freneticamente.

Depois de duas horas de atraso, da hora marcada para que eu falasse, comecei a minha “parolação” comentando, no meu modo de ver, essa besteira dita por um dos secretários do Partido dos Trabalhadores, que comemorava os resultados da política externa e nada comentava e/ou comemorava das políticas internas. No meu modesto modo de ver não encontrava nenhum motivo para comemoração, a não ser por uma submissão colonizada de se querer agradar o estrangeiro, o europeu culto, os grandes “major” das transnacionais, deixando o povo a ver navio.

Novamente, e infelizmente, o Presidente da República fica contente em emprestar dinheiro para o FMI, sendo que o que deveríamos comemorar era algum fato que, de fato, tivesse beneficiado a maioria excluída da população. Embalado pelo elogio do Obama – “este é o cara”- a espalhar seu sorriso pelos noticiários nacionais e internacionais, o que está sendo camafluda é a situação em que se encontra as principais áreas de política públicas sociais – educação, saúde, emprego, moradia, saneamento, doenças endêmicas (quem diria que o estado de São Paulo sofreria uma ameaça de febre amarela a dois anos atrás?), etc. e tal. Como diz Guy Debord - o nosso Presidente aprendeu rápido, depois de 20anos disputando eleições e perdendo por não ter uma “imagem” aceitável (assim diziam seus marqueteiros, tipo Duda Mendonça) que na nossa sociedade a “imagem” prevalece sobre a realidade. Assim, a piadinha do empréstimo de dinheiro para o FMI faz com que muitos simplórios acreditem que agora somos independentes e estamos por cima da carne seca. E deve ter um monte de “fãs” do presidente comemorando, como se tivessemos ganho uma Copa do Mundo.

O que, como indivíduo, tem me irritado muito ultimamente, é a ambição provinciana de nossos políticos. Tanto a situação como a oposição, e por isso o país está nesse marasmo ideológico e político, ambicionam o menor, o pequeno, o irrisório, se contentam com aquelas “vitórias de Pirro” que nada acrescentam. E esse sentimento tem sido passado para o restante da população. Desesperançada, sem paradigmas que lhe apontem um “futuro” muito distinto da miséria espiritual e material em que vive, passa a ambicionar o “ridículo” da vida. Vamos ver alguns exemplos. Por exemplo, não acompanho novelas, mas aqueles que o fazem dizem da falta de qualidade das últimas produções da globo platinada. No “Caminho das Índias”, em um capítulo, a Vera Fischer chega na Índia entra em uma loja de um indiano, todos falam Português como se todos os espectadores fossem idiotas. A verossimilhança que se dane. E o público, por puro comodismo e conservadorismo, contuinuam assistindo e dando Ibope a rede. Nas discussões para as eleições de 2010, outro exemplo, o “grande partido de oposição” ("faz me rir o que andam dizendo") o PSDB fica na picuinha do Aécio e do Serra, como se tivesse alguma importância para a nação, Nenhum dos dois diz algo substancial, que indique que haverá alguma mudança nos rumos da administração federal. Olhando o governo mineiro e paulista, aqueles que tem algum senso crítico, sabem que nada mudará, até porque os dois adoram as “imagens”e fazem muito pouco do povo, que não passa de voto a ser conquistado. Vide quando Serra ganhou a Prefeitura de São Paulo, prometeu que ficaria até o último dia e caiu fora para ser Governador. Pena que a nossa memória não passe de alguns dias apenas e nossa indignação fique por conta de alguns palavrões somente.

E os cidadãos o que fazem? Ou, melhor, há alguma coisa a ser feita? Ou, como gostam os políticos, somos meros espectadores esperando a hora de, como coadjuvantes, ir até uma sessão eleitoral depositar o nosso voto em um boçal qualquer da política local ou federal? Essa boçalidade e provocação das “elites” chega ao cúmulo do que fizeram com a dona da Daslu. Presa e condenada a 94 anos é solta, e toda a imprensa condenou a justiça que a prendeu, pelo fato de que ela está com uma doença grave. E a maioria dos medíocres devem ter concordado com esse ponto de vista, já que a tendência do explorado é adotar a “moral” do explorador. Esses acontecimentos vai moldando a nossa mente, as nossas ambições pessoais, introjetado em nosso ser, como se fosse nossa própria pele. Como se vacinar contra essa mediocridade? Não tenho a receita, mas seria interessante que todos fizessem um esforço para encontrar um fórmula que conseguisse reverter esse triste quadro social e cultural do país.
Pacto Republicano. Eu sempre pensei que, por vivermos em uma República Federativa, os poderes constituidos - Executivo, Legislativo e Judiciário - não necessitasse de fazer pacto nenhum para serem republicano. Mas está semana reuniu-se em Brsilia - Lula, Sarney, Michel Temer e Gilberto Mendes - para fazerem um pacto repubalicano. Será que agora seremos uma república? Isto é, como diz a nossa carta magna - todos seremos iguais perante a lei? O que esconde esse pacto é a sua real motivação. Ele está sendo alardeado contando com nossa falta de memória e submissão cultural aos poderosos. Esse pacto republaicano nada mais é que a reafirmação dos direitos dos mais iguais, isto é, das nossa elites -conômica e política- sobre o sem direito, a maioria da população. E tudo porque os nossos defensores públicos, inclusive seu Gilmar Mendes, ficaram escandalizados com o uso de algemas na prisão do senhor Daniel Dantas que está, paulatinamente, sendo transformado de réu em vítima, agora com o afastamento do senhor Protogenes (que nome mais sem nexo). O pacto republicano é simplesmente para salvaguardar os privilégios dos "enricados". é claro que não inclui, no caso das algemas, aqueels presos da periferia, negros, da classse c, que já deveriam agradecer por estarem vivos. Porque pobre não tem problema só com a algema, mas com os olhos roxos de apanhar na delagacia, quando não são jogados de alguma ponte em um rio qualquer como aconteceu dias atrás. E as cadeias, que swriam para recuperar o condenado, continuam sendo depositos de humanos e fábricas de bandidos. E os planos de saúde, principalmente aqueles que atendem a classe média e mais pobres estão falindo e seus usuários sendo deixados na calçada sem nenhum atendimento. Essa crise que vai estourar não levará muito tempo, vai complicar ainda mais o sistema público de saúde que já é um lixo e não respeita os mínimos direitos do cidadão. Outro dia noticiaram que agora no sistema público para se ter uma consulta não poderá demorar mais do que 60 dias. Deve ser o tempo, calculado por algum "Goebles", para que na méida os pacientes passem dessa para a melhor. Mais assim como a gente não vê vereador pegando onibus, não vamos ver deputado e senadores na fila do SUS. Eles tem o privilégio de serem atendidos nos hospitais de ponta do país. Porque eles mostrariam algum intersse por reformular os atual sistema e punir as operadoras dos planos de saúde?
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Estão em cartaz: "Querô" no Galpão do Folias (tel.33612223). "A Curandeira", no Centro Cultural São Paulo. "Encruzilhados" no Centro Cultural São Paulo. "Quem não sabe mais quem é, o que é e onde está precisa se mexer", Cia. São Jorge em seu teatro na Barra Funda. "Os Palhaços", Teatro do Grupo Feijão, teodoro Baima. E se tiverem curiosidade e deixarem de sempre optarem pela mesmice hão de encontrar um monte de outros programas.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Encontro do Mês da mulher no CCVSR


Enfim as fotos do encontro do mês da Mulher no Centro Cultural da Vila santa Rita. Coletivoz e a CUFA-BH estiveram presentes para marcar um núcleo de discussões sobre a exclusão da mulher negra na sociedade contemporânea. Citados, discutidos e comentados autores como Cidinha da silva, Conceição Evaristo e Ferréz.

valeu demais!


À luta, à voz!



Totti, Jota e Priscila



Microfone aberto no domingo


Russo - APR! abre os Domingos na feira da Vila Primavera (Ibirité - MG). Microfones à postos e os passantes vão conhecendo o repertório periférico.


Todo domingo no Bairro Primavera, à rua Brasil, esq. com Av. Minas Gerais, a partir das 9hs.

À Luta, à voz!

Grande abraço,

Rogério Coelho