quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Missão verdade








Nessa última quarta O Coletivoz , mais uma vez, travou um compromisso com a verdade. Mensagem alternativa de comunicação sobre “O que a mídia não fala sobre o Haiti”, pudemos ver, sofrer, ouvir, sofrer e resistir contra todo imperialismo que degola esse país sofrido e explorado. Estupefatos, aprendemos que a “Missão de Paz” da ONU sob o comando das tropas brasileiras causam um verdadeiro extermínio de inocentes com a simples missão de erradicar a pobreza pela morte do humano, mas nunca pela igualdade social.

Salve o povo haitiano, resistente pelas lutas de muitos anos de opressão; Um salve aos poetas dessa noite, que firmaram um pacto com a verdade por detrás da informação manipuladora e maniqueísta, trazendo o lirismo que grita, que escancara a verdade em fatos poéticos, e por isso mais profundos.


Salve os parceiros eternos que contribuíram com a mais humana força advinda: Bruno e Roger (Oficina de Imagem), Kdú e Cipreste, Dw e Maura, Fábio Júlio e Lucas de Pedro, Jessé Duarte (pela idealização e organização da noite), Kaká (pela divulgação e comunicação verdade), ao apoio da galera da Conlutas, entre outros de grande expressão como Iaba, A. Barone, Rafael, Maria Helena, Soraia Bitencourt.

O que se viu no sarau foi um conglomerado de vozes, como representação maior. Saímos ácidos com a certeza de que não nos enganam. Sabemos agora que contra “todo pensamento que calam, só a palavra não resvala/ só o poema , no fim de tudo, é quem manda bala.”


Nossa Missão é de paz, quando se tem verdade, mas é também de guerra contra todo tipo de impunidade!



À luta, à voz!

Rogério Coelho


Para quem não pode estar presente, confira os vídeos exibidos:










sábado, 20 de fevereiro de 2010

SARAU DEDICADO A HISTORIA E A LUTA DO POVO HAITIANO!


Missão de Paz.

Igualdade?

Liberdade?

Fraternidade?

Conheça o Haiti de Verdade!



O Sarau Coletivoz tem revelado, ao longo de sua caminhada de resistência e continuidade, a voz de vários coletivos da cidade de Belo Horizonte e região. Todas as noites de quarta-feira, reunimo-nos em um bar na região do Barreiro para ler e ouvir poesia, simples assim. Sem hierarquia e de forma horizontal, a única hegemonia é da voz que já foi calada por muitos anos e precisa ser ouvida. Essa voz é a voz da periferia, a voz de todos os povos oprimidos por um sistema, que sempre de cima pra baixo é que determina a vida do povo.

Um dos povos das Américas que mais tem sofrido com opressões e explorações por parte dos governos imperialistas, é o povo do Haiti e muitos tomaram conhecimento da situação país, depois do terremoto que aconteceu nos últimos dias e consideramos que seria um oportunismo de nossa parte, partir desse acontecimento para realizar um sarau e apenas reiterar toda falsa política assistencialista dos governos, da mídia e de varias entidades que vivem da pobreza do outros. Pois essa mesma pobreza é também o combustível para o assistencialismo. O fato, é que o Coletivoz tem o intuito de dar voz, de revelar a voz que é calada e escondida, que é abafada. Como diz o manifesto da voz Coletiva “O sarau da Coletivoz é mais um grito, que deseja união de movimentos contra o silêncio da exclusão”. Por esse motivo seria um equivoco deixar passar esse momento, em que o povo vem sendo bombardeado, pela mídia, que usa de informações direcionadas, sobre um interesse maior de manter o prestígio dos governos imperialistas, esconder os massacres que a ONU vem proporcionando ao povo haitiano e silenciar a verdadeira situação do país. Para isso informações e imagens vêm sendo manipuladas e jogadas dentro de nossas casas e de nossas cabeças, pela televisão, por rádios, jornais, revistas e etc.

Por isso preparamos a programação do sarau dessa quarta (24 de fevereiro) com: Exibição de vídeo (O que a mídia não fala sobre o Haiti) montado a partir de imagens de sites e de organizações que também buscam dar visibilidade e denunciar a verdadeira situação do Haiti. Com esse vídeo trazemos a reflexão de que, como foi falado acima, a maioria da população toma conhecimento do que acontece fora do país e até mesmo no país através tele jornais, e veículos de informações que são na verdade grandes negócios, e por isso não divulgam noticias que poderiam contribuir para um avanço de consciência da população, pois fazer com que a população questione os acontecimentos significa colocar os negócios em risco. Além do vídeo será lido um cordel (Tirem as Tropas do Haiti) do Cordelista Nando Poeta. Esse cordel fala da historia do povo Haitiano e denuncia qual o verdadeiro papel da missão de Paz da ONU que é vergonhosamente comandada pelo governo brasileiro. Estará disponível também uma cartilha (Haiti, seu povo, sua historia, sua luta) que é parte de uma campanha internacional organizada pela Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas e pela Rede Jubileu Sul Brasil. Além disso, será mantida a programação habitual do sarau, microfone aberto para intervenções.

Participe, una sua voz a esse coletivo.

Até quarta-feira,

A luta, Voz

Jessé Duarte


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Conto de Fadas - Kdu dos Anjos



No mundo onde a bruxa com o diabo faz aliança

Pra ter fama e ser chamada de rainha das crianças

Chapeuzinho vermelho e real como lobo mal

Só que os doces não são pra vovó são pra vender no sinal

O sopro do lobo não derruba a casa da gente

No Brasil o que derruba casa de pobre e enchente

Alias ele não tem fôlego extinguiram sua raça

Na porta do SUS espera a consulta de graça

A vovó não toma chá com as amiguinhas e se diverte

Esta na fila dos aposentados e pensionistas do INSS

Os três porquinhos não dão thau para a molecada

Sem prova de bala na quebrada vira feijoada

Pois as crianças sonham com a branca de neve toda manhã

Dariam a alma e o corpo por metade da maça

O Pinoquio aqui não e filho do Gepeto

Ele veste terno preto faz de tudo pra ser reeleito

Promete água potável asfalto arroz

Com a campanha financiada a base do caixa 2

Pai de família joga no bicho querendo castelo em Istambul

Não tem o que comer mais já esta pago o carne do baú

Mesmo na miséria quer ser príncipe encantado

Perde todo salário e tem o fusca penhorado

No pais sem maravilha sou mais um sobrevivente

No terceiro mundo não vou ser feliz pra sempre

Terra e só filme de terror, no fim não tem nem um beijo

Ate o pote de ouro os “homi” levou no baculeijo

Acreditam em qualquer conto menos na historia da cruz,

Final feliz e só ao lado de Jesus

Se existisse fada dos dentes de deixassem uma moeda

Criança ficava banguela pra pai pinguço fumar pedra

Não acredito em história de conto de fadas

Que a salvação vai vir em herói com capa

No pais sem maravilha sou mais um sobrevivente

No terceiro mundo não vou ser feliz pra sempre

Sem nem um conto furado

No meu canto, canto o conto,

Pensando em tanto conto

Conto o tempo sem destino

Fluindo, nunca esta pronto,

Meu trampo me lava ao

Pranto e pronto, socorro,

A criança cresceu e pronto,

Descobriu sobre os contos

Ensinem a usar os pontos,

Pois os contos

Não estão prontos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ZION



Ontem foi uma daquelas quartas em que a poesia teve cheiro, gosto e sentido.

Antes do sarau, o meu amigo Dw, chegou me dizendo: -" Cara, acho que fiz a poesia mais bonita da minha vida". Fiquei um pouco assustada, afinal o Dw nunca acha que suas obras estão acabadas, é um cara altamente crítico. Fique surpresa, pensei:" como assim" ?


O tom de alegria da sua voz me animava a ouvir a mais nova menina dos seus olhos. Coloquei-me a ouvi-lo, e depois de algumas frases a sua poesia também se tornava minha. No momento em que a surpresa do poder das palavras se revelava, penetrando tão surdamente em minha alma, não sabia se era a mais bonita que já tinha ouvido, mas com certeza seria uma daquelas inesquecíveis.


E como a memória é fugaz, como uma poesia de outrora, resolvi dividi-la com os parceiros; navegantes que não puderam ver, ouvir e sentir mais uma quarta- feira de encanto das palavras; o sopro poderoso da inspiração.


Com vocês, em primeira mão : Zion



Zion

Eduardo Dw

de rolê pela cidade quando o sentimento invade

O coração transforma a raiva em sensação de liberdade

E me transporta irmão para uma nova viagem

O vento que leva a rima abre a porta de passagem

Mas é questão de estima é tristeza e não cocaína

É mais magia pra Sophia e mais dor pra minha morfina

Pra fazer minha melodia tomo tragos de nostalgia

É mais sangue verdadeiro pra fazer minha poesia

É mais mente que te ensina coisa que você nem imagina

meus caos transforma zion na minha estrela bailarina

Mas assim do meu jeitinho sem precisão de pacto

Só juntar os pedacinho pra compor o meu mosaico

E é só pros clássicos que universo é mágico

Igualzinho wood stock com sentimento laico

E neste instante o ódio é repugnante

a cada lama desse lago vai nascer um diamante

a cada marfin cortado vai nascer mil elefantes

pra cada censura sua é mais voz pro meu levante

Sem lenço sem documento sem vaidade de nada

Sem partido sem inimigo sem propriedade privada

Se tenho uma arma comigo trago na mão uma faca

Para cortar em pedaços iguais um pedaço de pão pra cada

Em uma só etnia, pois somos todos iguais.

Todos unidos mortos vivos nascidos e ancestrais

Mulheres que cortam cana ecoam canções de paz

Pra que Hiroshima e Carajás não aconteçam nunca mais

Sem Celas e sem fronteiras sem nacionalidade

Em punho nossa bandeira e nela escrita humanidade