
Se falo de encontro, é porque se encontram também, mutuamente, as raízes dos sertanejos de Guimarães Rosa; as gravações profundas da cultura popular: no estalido do papel; na imensidão da página, na lonjura da criação. Tão seco é o sertão, tão grande a cidade e tão rica a criação dos que transitam entre esses mundos. Tal Boi desvairado de histórias a contar junto aos homens inacabados da cidade, tais os homens a recriarem infâncias de cantigas, das folias de reis, da catira, do congado, da extensão de suas memórias.
Elemento único pra descrever esses encontros é, talvez, a imensidão de nossa alegria e brincadeira. Porém, devemos nos deter a outro que é ainda mais importante, justamente, por se tratar de nossa atividade cultural permanente, que rege forças para um levante contra um mundo de injustiças e perver(c)idades. Esse elemento é o único que pode definir um estreito caminho que há entre o homem e o sertão; a criatividade e a morte; entre a cidade e a construção do homem que nela reside.
De qual elemento que falo? Do Infinito.


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À luta, à voz!
Rogério Coelho
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