quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Abertura do Sarau da ColetivoZ

Declaramos aberto o Sarau da Coletivoz

Foi com a simplicidade do lugar, com a inspiração coletiva, com a voz das pessoas que vieram de longe, de perto, e, mais importante, DE DENTRO. A iniciação tímida da poesia que toma de assalto, que pega de surpresa, que manda o poeta sair de dentro ego.


Muito trabalho na divulgação – e-mails a mil, panfletos em-mãos, cartazes no lambe-lambe – e houve também muita correria pra tudo. Parabéns ao Jessé, Marcelo Luiz, Marcelo Menino, César Gomes, Kaká Figueirôa, Lucas de Pedro, MC Kdu, a Tânia Diniz que cedeu, gentilmente, seus trabalhos para exposição (ver fotos), ao Grande poeta e amigo Wilmar Silva, que deu espaço para o lançamento do projeto no Terças poéticas e todas as pessoas que contribuíram com seu apoio: a voz, de voz-em-voz. Pois, é assim que acontece: ploriferando, disseminando, conglomerando e estabelecendo. Valeu demais o alô do Grande parceiro Sérgio Vaz e a COOPERIFA que fizeram a humanidade do link ao vivo, por telefone, na hora dos saraus.


É como eu disse: sou apenas um cara aqui atrás destas palavras. Não represento nada sozinho. Neste momento sou mesmo um burocrata! Só acredito que podemos lutar se estivermos juntos! Assim, declaramos, todos juntos, a abertura do sarau. Somos multiplicadores do processo.


A transgressão, a impressão do poema no ar, o choro livre (teve isso, tá) toda essa gama de gritos gravados, gordos de gozo, fazem parte dessa massa cultural periférica. Não consigo acreditar, quando ouço coisas do tipo: “por que não fizeram o sarau aqui no centro?” ou “ é muito longe!”. Fico pensando que a globalização PERDEU, pois ela nos diz que o mundo é uma aldeia global, onde todos os lugares estão interligados. E este tipo de comentário nos mostra o contrário. Pessoas não podem se deslocar em direção à periferia (20 km do centro) por CONFORTO. Não há aldeia global. As pessoas estão cada vez mais voltadas para os centros hegemônicos do poder, direcionando suas atenções ao que está no “eixo cultural” de cada Cidade/Estado. E a informação é o grande fomento para a globalização: manipula, direciona e forma opinião. Opinião de que o que há de bom está nos grandes centros. Disse que a globalização perdeu, porém nós perdemos também, pois o povo não sabe que ela perdeu. Ele não tem vitória com essa perda. E é isso que buscamos, que o povo fale até ter consciência de que sua voz pode desestabilizar os discursos sólidos do poder. Tanto no poder da informação, quanto no poder de decisão temos condições de desestruturar.


Hoje, acredito que vencemos uma batalha. Foi lindo, ver meu filho com a coragem das lágrimas rimadas ao microfone; ver a revolta do Rap do Kdu; ver a vontade nascendo de cada um tirar um poeminha ali, na hora e falar. Foi mais do que isso. Só vendo mesmo pra conferir.
Grande abraço a todos,


À luta, à voz,
Rogério Coelho

2 comentários:

Jessé Duarte disse...

Não da mais pra silenciar, é isso que eu pensei quando o Sarau começou o pessoal com um pouco de receio sem saber se ia da certo, mas já ta dando desde quando visitamos a Cooperifa, e desde disso que eu penso que o silencio já falou de mais agora chegou a minha vez. Quem não queria escutar vai ter que agüentar.

Vendo o povo nesse clima que o Rogério comentou, é fora do comum o que falou mais alto ali, foi a sinceridade das pessoas ao lerem seus poemas. A verdade do Rap do Kdu, as falas embriagadas de quem costumava a freqüentar o bar e dessa vez se deparou com esse movimento, e pegou no microfone também. De repente aquele receio do “Será que vai da certo?” se foi e a noite foi e outras palavras do caralho, momento histórico o link com a Cooperifa em São Paulo. Acho que é isso que estávamos fazendo ali, construindo uma nova história.

Sem mais palavras no momento só vendo pra sentir na pele o que a gente sentiu. Parabéns, pra nós Rogério, nessa noite como falou o Sergio Vaz no comentário que colocou em seu blog sobre os saraus, “A poesia foi a Dona da Noite”. Quem não Viu Vá Vê.

A luta
A voz a gente já tem.
Que perigo em!!!

Jessé Duarte

Unknown disse...

E ai compadre!!! é só orgulho hein!
quanta satisfação nos dá sua sabedoria e inteligência, que os anos tragam cada vez mais saúde e brilho, pois vc é uma estrela que brilha cada dia mais em nossas vidas. Eu como prima, comadre e irmã de coração, não me contento de tanto orgulho, e sei que posso me expressar pelos outros também.
Felicidades pra todos que se empenham e fazem sonhos se tornarem realidade, que a poesia... a música... ou um simples verso faça uma vida mais feliz.
Abraços a todos e em especial a você.