terça-feira, 1 de setembro de 2009

ANIVERSÁRIO 01 ANO COLETIVOZ FESTEJO POPULAR



Você tem voz?

Quem ouve coisa parecida pode ter um estranhamento óbvio por não ter nenhuma deficiência na fala, que o impeça de falar. Bom, se eu falo, logo, tenho voz! Certo? Sim, está certo. Mas, lhe digo, caro amigo e amiga: há quem não fale, mas tem maior voz do que outros tantos falantes, que falam apenas contra o vento. A voz de que falo é aquela que surge quando há uma dúvida fundamental a resolvermos com o mundo; quando temos algo a dizer, expressar; uma raiva, ou uma palavra de amor; uma denúncia ou uma verdade. Voz que insiste em sair do peito quando vemos alguma injustiça, na rua de nossa casa ou no congresso Nacional. Fora ladrão! Ou Fora político! Voz que se estreita entre aquela carta de amor, que eu escrevia quando jovem, e guardo para reler minha inocência perdida no tempo, e na rapidez dos dias, todas as vezes que abro minhas gavetas cheias de passado. Voz que vem naquela necessidade de escrever sobre meu dia; sobre como foi, ou como gostaria que fosse, ou como desejo que seja meu amanhã, talvez. Voz que me obriga a me rebelar contra as injustiças que todo governo comete, quando deixa que eu fique sem saúde, esgoto ou educação, e tenho que chutar algumas portas para conseguir auxílio, porque não tenho “dinheiro” para abri-las.
A voz de que falo surge quando há uma questão que nos oprime diante de uma solução; quando há algo que queremos saber a todo custo, e enfim, perguntamos, questionamos, escrevemos, gritamos, choramos, duvidamos, brigamos, nos declaramos, seja por o amor ou por o ódio. Enfim, é o momento em que deixamos nosso EU interior falar por nós, na esperança de que o mundo mude, ou que ele seja do tamanho de nossa necessidade; do nosso amor; de nossa razão e fúria; de nosso medo e paixão diante da vida, da morte ou do Deus que acreditamos ou não.
A voz de que falo, queridos companheiros, é aquela que não conseguimos comprimir dentro de uma caixa, ou dentro de um peito; dentro de uma folha em branco ou no limite de algumas linhas no papel; dentro de uma periferia ou de uma cidade. Ela tem o tamanho de nossa revolução interior, que pode atingir um vizinho malcriado, um político torto, um(a) namorado(a) amado(a), um cachorro sarnento ou um governante descarado.
Vou repetir a tal pergunta: Você tem voz?
De certo, agora você deve ter algo a dizer: SIM, minha vida! Esta é a voz que o mundo precisa ouvir para ser um lugar mais digno. Acredite! Lugar em que eu possa compartilhar a dor e o amor alheios, e faça com que eu tenha mais força para viver e conquistar meu espaço, defender minha natureza e origem e repensar minha identidade.
E a COLETIVOZ é o SEU lugar de contar ao mundo sua trajetória de vida. Poema no lugar de amor, fúria e denúncia em forma de poesia, cotidiano em forma de crônica, pedra no lugar de caminho, corpo presente no lugar da voz, tudo isso representa o que temos a dizer.
Ei, psiu...
E você, vai ficar ai calado?
Venha para a COLETIVOZ, sarau popular sem fins lucrativos, partidários ou religiosos.















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