quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CONSTRUÇÃO

Autora – Carol do Anjos

Nasci e cresci ouvindo músicas que hoje denomino: preferidas. De igual maneira, aconteceram com autores, compositores, pintores, diretores, filmes, peças, frases, provérbios, parábolas, valores e conduta, tudo foi sendo 'construído', 'tomado por', 'quisto', etc. Com o tempo fui discernindo o que me deveria ser a "mínima" e a "máxima" Moralia. Permitia-me construir sonhos que perpassavam minha óptica cultural. Esta lente que foi imposta pela urdidura social na qual fui concebida.

Embora seja verídica, esta é uma possibilidade de todas as histórias de todos outrem. De fato, tive oportunidades que me desviaram levemente da tangente que deveria seguir, entretanto propulsou apenas uma leve angulação, que não muito me diferencia dos demais que chamo de próximos. Com isto arquiteto que de fato a mente, a concatenação de pensamentos, a formação dos silogismos são construções socioculturais.

Estes foram os pensamentos formados pela minha mente quando chegava ao ponto de ônibus ouvia uma pessoa afirma uma 'negativa' sobre os homossexuais. A linha de raciocínio e as divagações continuavam...

Ainda bem que todos podem dizer o que quiserem... Talvez assim, nos aproximemos da Esfera Pública de Habermas. Onde os co-cidadãos são humanos... são gente! Mas, retornando a liberdade de expressão. Naquele momento apenas lhe dirigir um olhar inquisidor...

Que como já aprendi com Noel, Noel o Rosa: "Filosofia que me auxilia... a viver indiferente", no sentido de permitir ouvir o que tem a dizer, ainda que não concorde... Aprendi que talvez não devesse me incomodar... Afinal, ela (a pessoa) esta repleta de suas razões que foram construídas socialmente, seria ela quem errou?

Ou toda esta conjuntura constitutiva dos processos e instituições que coisificam as pessoas e as relações, categorizando a tudo e todos (se é que para este contexto existe diferença entre Tudo e Todos). Enquadrar, classificar em um 'balança e não cai', no qual há um lugar para cada coisa e cada coisa deve permanecer em seu lugar.

Então veja bem como poderia me apresentar:

Olá, sou

Bossanovista, sambista, pós-estruturalista, trans-modernista, budista, macumbista, com aparência kardecista, artista, pobre do tipo classe média-baixa, estudante, misantrópica, niilista, bissexual, pré comunicóloga, pré bióloga, percursionista, boemia, leitora, produtora,fumante, enfim...

Por outro lado, poderia apenas ser um ser humano, cujo nome que lhe foi dado é Carol dos Anjos, assim, sem classificações demasiadas... Todavia, respeitada.


 

Post/ Kaká Pimentta

Um comentário:

Lucas Costa disse...

sincero e bonito esse texto.
valeu carol!