domingo, 5 de outubro de 2008

O Descaso do Poder Público


Esse fato aconteceu semana passada em uma reunião com representantes da Fundação de Municipal de Cultura de BH e a Cia. Neutra de Teatro. Serve para mostrar um pouco do descaso que acontece com os grupos ou artistas da periferia, o pior é que isso não acontrece só com a gente.

Quando começamos um sarau na periferia e agora, partimos para o sarau itinerante, partimos também para outro desafio. O de manter vivo mais uma manifestação cultural que começa e segue sem nem um apoio de verba publica. Decepciona-me quando uma pessoa de dentro da Fundação Municipal de Cultura de BH me fala que nossos projetos não priorizam a pesquisa (O que eles consideram pesquisa?) e que não foram aprovados em 2006 e em 2007 porque temos menos direitos de que outros grupos/artistas que já tem reconhecimento notório e já tem praticamente seus projetos garantidos na Lei de incentivo por isso. Ainda completa falando que nossos projetos não foram e não serão aprovado. Espero que ele esteja equivocado e vamos continuar mandando nossos projetos. Se caso aprovarem, realizaremos. Se caso não aprovarem, realizaremos do mesmo jeito.


O Sarau da Coletivoz do qual a Cia. Neutra é uma parte, porque a coletivoz é dos coletivos, é um coletivo e é de todos. Qualquer um de nossos projetos vai muito além, a gente já nasce pesquisando e sendo pesquisado nesse lugar. Pesquisados não sei pra que pelo poder publico e pesquisando como sobreviver, como estudar nessa merda de escola pública, como viver sendo discriminado, como escapar de tomar geral da Policia Militar e dentre outras coisas como fazer teatro. Ou fazer teatro para a periferia é uma coisa sem valor algum. Chega um projeto la e ai eles julgam que não favorece a pesquisa, tão querendo que pesquise o que? - Deixa pra lá é mellhor nem perguntar.


Nossa pesquisa é para o povo, falamos para o povo e buscamos sempre falar a verdade, será que esse que é problema? Mentiras não são bem vindas aqui. Nossa fala é como um grito e chega até a agredir quem não quer ouvir. A gente não esquece pra quem ta falando, não falamos para uma parcela de favorecidos da sociedade, quer dizer falamos, mas porem, o que não querem ouvir. Se não for para mudar essa merda, não serve para nada. Até quando isso vai continuar?

Jessé Duarte

Mais do que nunca,
À luta, à Voz

Nenhum comentário: