quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ZION



Ontem foi uma daquelas quartas em que a poesia teve cheiro, gosto e sentido.

Antes do sarau, o meu amigo Dw, chegou me dizendo: -" Cara, acho que fiz a poesia mais bonita da minha vida". Fiquei um pouco assustada, afinal o Dw nunca acha que suas obras estão acabadas, é um cara altamente crítico. Fique surpresa, pensei:" como assim" ?


O tom de alegria da sua voz me animava a ouvir a mais nova menina dos seus olhos. Coloquei-me a ouvi-lo, e depois de algumas frases a sua poesia também se tornava minha. No momento em que a surpresa do poder das palavras se revelava, penetrando tão surdamente em minha alma, não sabia se era a mais bonita que já tinha ouvido, mas com certeza seria uma daquelas inesquecíveis.


E como a memória é fugaz, como uma poesia de outrora, resolvi dividi-la com os parceiros; navegantes que não puderam ver, ouvir e sentir mais uma quarta- feira de encanto das palavras; o sopro poderoso da inspiração.


Com vocês, em primeira mão : Zion



Zion

Eduardo Dw

de rolê pela cidade quando o sentimento invade

O coração transforma a raiva em sensação de liberdade

E me transporta irmão para uma nova viagem

O vento que leva a rima abre a porta de passagem

Mas é questão de estima é tristeza e não cocaína

É mais magia pra Sophia e mais dor pra minha morfina

Pra fazer minha melodia tomo tragos de nostalgia

É mais sangue verdadeiro pra fazer minha poesia

É mais mente que te ensina coisa que você nem imagina

meus caos transforma zion na minha estrela bailarina

Mas assim do meu jeitinho sem precisão de pacto

Só juntar os pedacinho pra compor o meu mosaico

E é só pros clássicos que universo é mágico

Igualzinho wood stock com sentimento laico

E neste instante o ódio é repugnante

a cada lama desse lago vai nascer um diamante

a cada marfin cortado vai nascer mil elefantes

pra cada censura sua é mais voz pro meu levante

Sem lenço sem documento sem vaidade de nada

Sem partido sem inimigo sem propriedade privada

Se tenho uma arma comigo trago na mão uma faca

Para cortar em pedaços iguais um pedaço de pão pra cada

Em uma só etnia, pois somos todos iguais.

Todos unidos mortos vivos nascidos e ancestrais

Mulheres que cortam cana ecoam canções de paz

Pra que Hiroshima e Carajás não aconteçam nunca mais

Sem Celas e sem fronteiras sem nacionalidade

Em punho nossa bandeira e nela escrita humanidade



Um comentário:

A Corte Convida disse...

Muito obrigado Kaka,a zion agradece!