
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Sarau Itinerante em Contagem
Neste sábado, dia 08 de outubro, o Coletivoz faz mais uma edição do Sarau Itinerante. Desta vez, é na Praça Tiradentes ou Praça do Fórum de Contagem, como é mais conhecida na cidade.
O sarau acontece desta vez a convite do projeto Grupos em Trama e Cena Coletiva. Seguindo a mesma forma: simples e milagrosa, da expressão livre e corajosa, que com o microfone aberto desafia meninos e meninas, senhoras e senhores, poetas e poetizas a darem a voz à poesia e a diversidade nascida genuinamente da palavra.
Contudo,deixamos um trecho do manifesto que continua a nos iluminar o desejo de sermos, cada dia, poetas livres.
(...) Assim, na Coletivoz o ato maior é o poder da palavra, aquela que impera no momento final. Nua e crua, a palavra é o verbo e o prato de comida; é o beijo doce e o choro de desespero; é o repente macio e o Rap de repente; ora a cor, ora o som estridente; de dia a mão, à noite o colo. Pois, é a palavra, com toda sua incapacidade de conclusão; com toda sua incompletude, é que coloca a todos nós na condição mais digna do ser humano: como seres inacabados que somos.
Manifesto da Voz Coletiva
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Final da Era / Cipreste
maldade aqui se ver em todo lugar desconfiança preconceito já não tem como acabar.
Me abala não vai sou guerreiro sou forte mais tanta coisa acontece neste tempos sem gloria
menor é estrangulado em presídio no sul de minas altas menina novinha já fazendo orgia.
Meu coração que chora me alma apavora quando eu paro para observar as fita que rola erro
de justiça condena um indecente ha 30 anos sem ver o sol se por da esquina.
cigarro e cachaça alastra... Wuem vende não ta nem fudendo e consome ta ciente que o trem é mo veneno
câncer de boca figado pulmão cirrose hepática.
transplante é só pra quem anda de carro importa viagem de jato de lacoste armany e rolex no braço de vez enquanto
eu entendo o ponto de vista do bandido que estoura a sua cara com tiro de nove que arromba o seu cofre que cospe na sua
cara e fala que não adiantou nada você ter estudado em haverd pensando no pouco que para a gente é tudo o sorriso no olhar
do pobre trabalhador que vive para trabalhar tem o mínimo para comer de vez enquanto acho que somos programados para sofrer só de nascer....
Post/ Kaká Pimentta
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Essência/ Monge ( Família de Rua )
Minha parte ta sendo feita a essência sendo mantida
amor e verdade expressos em cada batida
A beleza do que é sincero pelos falsos foi esquecida
seguem vivem a fantasia enquanto eu verso a vida
Xeque Mate! esquece o jogo e o tabuleiro
isso aqui num é Big Brother o que é real vem em primeiro
Sentimento não se mede pelo valor financeiro
por isso o que me inspira tá no olhar dos meus parceiros
Prenderam nossas mentes a padrões que são ridículos
limitaram a arte a modelos pra serem vendidos,
mas me mantenho lúcido num to pra ser iludido,
o brilho que alguns querem na corrente...eu quero no meu espirito!!
Livre expressão forma de fazer levante
revolução do espírito que emocione e te encante
que nos faça entender a grande alma de Ghandi
e não nos deixe perder a pureza de cada instante
ou a pureza do que é simples e não tem disfarce
De quando cê pega o mic e a dúvida logo disfaz-se
e tudo parece mágica feita num passe
aí cê sente o peso do Cristal Líquido que na hora corre na face
coração que as vezes falta
muito som não emociona e não arranca palmas,
e se é pra virar produto nessa hora muita calma,
POIS QUEM VENDE SUAS LETRAS VENDE A SUA ALMA,
fim da manufatura...produção em massa,
vários milhões da mesma merda vivendo um grande farsa,
a mulekada consome...acaba achando graça,
mas no controle dos verdadeiros esse tipo nunca passa!!
eu sei bem como a indústria atua,
mas nem depois de morto minha essência se desvirtua,
meu espírito é eterno e minha Saga Continua...
com minhas cinzas espalhadas num SOLO SAGRADO CHAMADO RUA!!!!
O anjo
Venho do oeste, do norte,
do leste, do sul,
Meu cabelo é encaracolado,sou negro
e a cor do meu olho não é azul
É triste
ser distante,
seguir um novo caminho,
sem saber pra onde.
Caminho distante, frio..
a distância pede um abraço,
que na despedida dos olhos
pelo nó da garganta foi cortado,
apenas me recolhi ao coração escuro,
sem ouvir ou pronunciar a palavra adeus,
palavra dita mis tarde no silêncio dos olhos, longe
quando a lagrima deceu,
A lagrima não foi vista
pelo negro coração foi sentida...
Minhas azas imperceptiveis,
na tristeza escondida na alegria,
chego onde o mundo é escuro
e sombrio,
não sei como, más onde existe trevas, deixo a luz,
quem sentia dor, agora vejo sorrindo,
retorno ao meu coração negro, para não ver as marcas
deixo as luzes apagadas,
para os que sofrem nas trevas, sentirei a lagrima amarga,
levarei a luz , no silêncio de minhas palavras.
Dia ensolarado
Um dia ensolarado
a praia estava cheia,
muita gente se banhando
outros deitano na areia,
foi um fim de ano triste
por causa do que aconteceu,
com a saúde e a dissertação,
mesmo assim eles morreram,
chegou a onda gigante,
o continente ela foi invadindo,
levando paise irmãos,
tambem quem estava dormindo,
quando viram a onda gigante,
todas correram assustadas,
mesmo distante da praia
pelas águas foram arrastadas,
os continentes mais proximos
quase todos foram atacados,
com quem vive esta lembrança
de quem pelas águas foram levadas,
tristeza e desespero
no rosto das que salvaram,
perderam sua familía
e seus corpos não se encontraram
Eu preciso de morfina / DW a Corte
Eu preciso de amor
Eu preciso da morfina
Eu preciso ter de volta a menina Sophia
Mais onde ela estaria?
Na tua demagogia?
Ou mórbida e falida junto com sua utopia?
Eu preciso de morfina
Ou de amor que me ensina
Ou de alguém que saiba por onde anda essa menina
Mas onde ela estaria?
No ópio, no lógico ou na sua ideologia?
Eu preciso de amor
Ou de um trago de morfina
Mais onde eu acharia?
Já me disseram outro dia onde ela estaria
Era muito próxima da verdade e muito longe da mentira
Eu preciso da morfina
Para me acabar de vez com essa minha covardia
Pra acabar de vez com essa melancolia
Pra acabar de vez com a saudade de outros dias
Eu preciso de amor
Mas antes de amor eu preciso de Sophia
Mas se ela aqui estivesse o que ela me diria?
Para esquecer ela de vez e voltar para antiga vida
Mas já sai de uma caverna outra dor me mataria
A Sophia para que eu fui ama - lá
Foi ouvindo Sócrates que comecei a procura - lá
Você estava tão próxima, mas não consegui tocá-la.
Eu preciso de amor
De amor de uma menina que é a luz para toda vida
Ela curou minha cegueira e sumiu nessa neblina
Se eu a encontrasse com certeza eu saberia
Mas onde anda a menina Sophia?
post/ Kaká Pimentta
Faixa Amarela /Kdu dos Anjos
Vou manda pendurar na porta da favela a tal da faixa amarela
Pra gritar pro mundo inteiro que eu amo e ela
Ao seu lado quero estar ate poder apagar minha ultima vela
Lembro das caras, das taras, detalhes das situações
Dos pedidos, das juras e de tantas emoções
Sempre declarações em publico com meu freestyle
Ou trancados no quarto, lendo teu corpo em braile
Suspirando orgasmos abraçadinhos no baile
Dançando I Yana love you na voz de Bob Marley
Acordando do seu lado admirando o seu sorrir
Descobrindo nosso corpo sem mais vontade do cobrir
Eu mudaria meu nome, meu jeito, meu dialeto
Por você eu dançaria um breaking dance no teto
Eu compraria uma casa pequena, longe de todo estresse
Com uma rede, um vinho bom e vários discos de reggae
Não e promessa de amor eterno, nem tenho este intuito
Mais juro vai ser eterno enquanto estivermos juntos
Minha rainha, tu não fica mais sozinha
Penso ate em andar na linha, sou teu fã de carterinha
Vou manda pendurar na porta da favela a tal da faixa amarela
Pra gritar pro mundo inteiro que eu amo e ela
Ao seu lado quero estar ate poder apagar minha ultima vela
Longe de ti o tempo acompanha o ritmo das lesmas
Os bares ficam sem graças, as ruas não são as mesmas
Praças ficam vazias, calçadas sem pedestres
Parques perdem a beleza, bailes perdem os mestres
Mulheres são atraentes, se pá estou num passeio
Em algumas ate acho graça, mais e você anseio
Dei mole em terminar, na vida e quem não vacila
Volte e seremos felizes ate a próxima briga
Se não rolar ta de boa, tenho minha parcela de culpa
Mais como sempre disse, não há vitória sem luta
Por esta causa justa, já entrei de cabeça
Este tempo que eu descansei, ti pago em horas extras
O anjo volta a ter asa, aventureiro ter a estrada
Cardeal ter liberdade o queijo ter goiabada
Espero que realize o verdadeiro esse conto de fada
Pois não canso de canta que sem você eu não sou nada
Vou manda pendurar na porta da favela a tal da faixa amarela
Pra gritar pro mundo inteiro que eu amo e ela
Ao seu lado quero estar ate poder apagar minha ultima vela
post/ Kaká Pimentta
Eu sem você / Kdu dos Anjos
Sou um anjo que não tem asa
Aventureiro sem estrada
Um cardeal sem liberdade
Sou queijo sem goiabada
Sou artista sem cena
Sou poeta sem letra
Cachaça sem tira gosto
Sou Romeu sem Julieta
Sou café sem leite
Arroz sem feijão
Capoeira sem berimbau
Maria sem João
Sou surdo sem o silencio
Sou cego sem escuridão
Sou musica sem poesia
Poesia sem a paixão
Palhaço sem picadeiro
Sou MC sem MIC
Caminhão sem caminhoneiro
Sou biche sem strike
Tom sem o Jerry
Sou papaleguas sem o coiote
Comixão sem cosadinha
Sou Batman sem Robin
Sou arco Iris preto e branco
Sou galinha sem o ovo
Sou ovelha sem pastor
Sou revolução sem povo
Sou RAP sem rima
Sou Funk sem rebolado
Sou reggae sem amor
Sou miamy descompassado
Sou um boêmio sem a noite
Sou mundo sem natureza
Sou martelo sem a foice
Sou modelo sem beleza
labirinto sem saída
Sou Robinho sem bola
Mapa sem destino
Sou o samba sem Cartola
solidão sem dor
alegria sem sorriso
graffit sem tinta
Sou freetyle sem improviso
Sou carro sem combustível
Sou bebe sem cegonha
Sou milagre sem impossível
Sou mestre sem cerimônia
Dicionário sem palavra
Sou amante sem amada
Sou tudo se eu for seu
Sem você eu não sou nada
post/Kaká Pimentta
Minha janela
Rogério Coelho
Minha janela está acima de minha cabeça. Todos os dias em que olho para ela, tenho uma sensação de que ela não olha para mim. Não me agrada muito a única galha de ipê amarelo que vejo no enquadre que a janela me reserva. A galha fica mais viva quando é primavera. O amarelo traz qualquer diferença que consigo gostar. Mas é do outono que eu gosto mais. Aqui, as folhas não secam e caem como nos filmes americanos, em que vemos as ruas repletas de pardo das folhas envelhecidas, secas e nostálgicas.
5 anos, desde que o acidente me deixou nessa cama. Saio pouco. Tenho preguiça, principalmente agora que vejo que o empenho das pessoas em me levar/trazer se transforma em obrigação. No começo, todos me carregavam para todos os lados. Depois, o dinheiro e disponibilidade desapareceram. Não há culpados. Há vida em tudo isso. Vida, para mim, não significa apenas que devemos ter vivacidade sempre. Pressupõe um pouco de morte também. Vida é também morte. O que seria de uma sem a outra? Neste momento em que escrevo sobre minha janela, minha vida é o movimento que a galha se dá.
Outro dia quase enlouqueci. A galha sumiu de repente. Só havia um nublado no céu. Cortaram? Quebrou-se? O que houve? Ficou assim por longos 15 minutos. Sabia quantas galhinhas nasciam; quantas flores novas; quantos brotos. Quinze minutos sem ela era agonizante. Soube depois que um moleque entortava na embolada de pipa, linha e rabiola. Imagino que puxou, puxou até arrebentar a linha da pipa que ficara agarrada no Ipê. Subiu na árvore, e com um bambu libertou a galha e sua pipa. Isso eu vi. Uma pipa amarela e verde, dançando junto com a galha até se soltar. Já estava meio escalavrada a pipa, furada. Duvido que voltaria a voar com destreza. Mas, me lembro que qualquer que fosse a pipa, que voam longe cortada, era quase um prêmio, quando a alcançávamos. Cercas de arame farpado nas costas, matagal, milharal, plantações de batatas e mandiocas vencidas no xingo brabo de que tomava conta... Ada disso era obstáculo para um papagaio mandado embora.
post/ Kaká Pimentta
Elefantes na rua
Rogério Coelho
Quando passam os elefantes, as casas tremem,/ as ruas afundam,/ as pessoas têm de se esconder,/ e deixar de atravessar a rua/ perdem o dia de trabalho, ficam putas/ não podem vender as verduras,/ andar de bicicleta/. Os elefantes fazem muito barulho./ atropelam crianças./ não que eles sejam mal, mas o peso que eles têm/ . Hoje mesmo não pude conversar ao telefone./ meus ouvidos soluçavam, pela presença deles na rua./
Passam todos os dias, quase no mesmo horário.
Os elefantes desfilam pelas ruas./ ao contrário de outros blocos , eles não têm cores. São apenas cinza. Vão em debandada,/ frieza de passos, ouvidos grossos,/ alguns reclamam, outros aproveitam a merda que eles deixam na rua./ levam pra casa, como esterco./ outros simplesmente olham./ a presença dos elefante snas ruas tem sido muito freqüente nos últimos tempos./ últimos tempos. Serão últimos? Foram Últimos? Seriam últimos, e não foram, porque ainda serão? Sei que os elefantes destroem as ruas./ e eles tem de reconstruir tudo de novo./ não fica bom, o asfalto cede toda vez./ e a rua vive cheia de remendos enormes./ alguns pontos são mais frágeis./ algumas casas criam rachaduras./ algumas pessoas desistem de sair de casa com medo de não voltar, barrada a entrada pelos elefantes../ pra muitos são um incômodo, mas como exigir que eles voltem a seu lugar. Já não têm mais casas. Não há lugar para os acomodarem/ eles só passam mesmo./
as igrejas lotam de preces, mas aos elefantes é impossível a oração. A maioria dá lhes comida. Os alimentam. Com grandes quantidades de comida. / eles comem de tudo: abóboras, repolhos gigantes, mandiocas, até lixo eles come. e/ quando lhes dão lixo parece que demoram a voltar. Uma vez dizem que um deles morreu, quando a dona Leninha deu a ele o esterco, guardado dentro de um saco plástico./ não demorou muito, a polícia foi buscar, a dona leninha. Porque ela não sabia que era proibido alimentar os animais.
Os elefantes na rua são muito comuns, o que é incomum é o fato de as pessoas não os perceberem.
É o fato de eles passarem por despercebido.
post/Kaká Pimentta
As Cores da minha rua
Rogério Coelho
As cores da minha rua estão mais escuras agora. Como se tivessem coberto todo o céu com um com um vermelho-carmim, e às árvores restaram refletidas luzes róseas , que o sol permite quando incide sobre as folhas lisas. O asfalto cinza tornou-se bege; minha casa azul, ficou roxa; e as pessoas todas vermelhas. De uma vermelhidão simples e serena – se é que isso é possível. Não é pela expressão dos rostos, mas pela conformidade do intenso vermelho que cai do céu. Estão em tons mais claros ou escuros os cidadãos. Os sons estão mais brandos também. Fazem com que a rua esteja mais lenta, e o tráfego arrasta os carros leves. As pessoas estão com medo de sair de casa. Os carros, às vezes, param de funcionar, e quando os seus donos os deixam eles voltam repentinamente; desgovernam-se os carros de modo comum e sem violência. Tudo aconteceu assim, no minuto seguinte em que resolvi me cegar com uma agulha de costura. Só consigo escrever sobre isso agora, que tenho calma para separar duas coisas: meu terror diante da vida e minha tentativa de nunca mais enxergar. Por que não morrer ao invés de me cegar? A idéia do suicídio era-me menos trágica do que furar os olhos, mas não tinha uma pena a cumprir. Deixando de enxergar eu veria um mundo diferente, sob outra perspectiva. O que me levaria a reeducar-me sobre o mundo. Confiava em meu instinto de mais respeito sobre as coisas. Iria demorar-me mais acariciando uma árvore, um animal qualquer, um rosto, uma voz tremida no entre lábio que meu avô desperta cada vez que fala devagar. Todas as coisas que são para se perceber. Além disso, procuraria uma nova visão Achei que não tinha mais nada pra ver aos 12 anos de idade. Morrer seria muito injusto, uma vez que eu poderia experimentar um mundo um pouco mais cruel: cego e pervertido por cores. Por sorte, a agulha vazou minha pálpebra e feriu de leve o branco maior dos olhos. Mais sangue menos sangue, decidi também não chorar. Se não ficasse cego, ao menos iria ver a transfiguração das cores; tudo se desfazendo em minha frente. As coisas em fim mudaria de tom. O dia mudaria. Mudou!
Minha casa era um lugar muito comum
post/ Kaká Pimentta
Autofagia
O autófago aqui sou eu, que desta terra tem de comer aço,Pra produzir comida e defecar dinheiro
Andar sem passo, correr sem medida, pedir sem vergonha, se esfolar com o medo
Eu que costuro chumbo da bala em seus entrecortes de corpos, e costuro os cortes da navalha de zinco, que o seu Zé recebeu, porque não deu fiado na pinga e o degenerado o venceu na rapidez do fio, na navalha afiada, na altura do pescoço e do vício. Autófago aqui, sou Eu que ergo paredes no meu muro interior, e compro revolver pra me armar contra o pó, contra a coragem dos dias, que mandam hoje mãe vender filha sem d, contra a prostituição de um governo que cala a verdade, promove a impunidade, pra fazer carreira de PODER na cidade ? Ah! Cidade!
Autofagia pra que não sabe, é o ato de comer-se a si próprio, devorar – se ao Pó dos dias, fiar-se horas degustando TV, engolindo um prive e prevendo o próximo michê. Serei eu o próximo a lidar com minha carne, devorar-me de inteira burrice por falta de alimento crítico, por falta, de alento ideológico por falta de um líder político?
Devorei eu, devorar-me como assim me ensinam os bancos e prostituições financeiras, e de encargos nas costas, fatiar –me os fundos e servir – me ao ponto ?
Devorei – eu aprender a ser miserável e me alimentar de minha própria carne de egoísmo banal; como bem me educam no açougue da nossa justiça vertical, que de cima pra baixo, nunca tem famoso, líder, político que seja bandido ; é sempre o preto, o pobre, a mulher, o viado, ou qualquer vagabundo fodido, da vida pública a ser banido.
Autofagia da sociedade é o vício de bandeja a quem não tem prato; sirva-se de seu próprio pedaço no consumisimesmo, a fome do autófago aqui é do tamanho da informação: se tem comida a barriga cala, antes mesmo da primeira garfada, se não tem, a cabeça pesa antes mesmo da primeira gofada. Alimentam – nos de nos mesmo, sonhos e dramas, novelas indianas, ainda que não se saiba se a índia que visitei em uma viagem austral, há anos, há fome que não é ilusão, ela impera no estomago do mundo e no cú da televisão
post/Kaká Pimentta
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Seminário de Cultura de Contagem

quarta-feira, 2 de junho de 2010
A Coletivoz convida a todos para o Espetáculo teatral “1961-2010” Cia. Zap 18.

Quando: Dias 4 e 5 de Junho 2010 (sexta e sábado) às 20h30

Desde a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, e a subseqüente e dificultada posse de “Jango” (João Goulart) quando mais tarde seria deposto pelos militares; desde o populismo suprimido; desde a turba violenta que tomou conta do país, quando a Ditadura, em tempos de “glória”; Desde a glória do futebol 70, que enriqueceria o poder contra a democracia; desde as histórias comuns que permearam esses tempos;
Passando...
Passando pela invasão tecnológica, mais bem-vinda aos olhos brasileiros e ao consumo, do que à utilidade prática de uma ”evolução”; Passando pela abertura política e o fim da era de chumbo da Ditadura; passando pelas “Diretas”; Passando pelo processo inflacionário oitentista, rumo às disputas presidenciais, que apresentam ao Brasil o primeiro e o segundo Lula.
Chegando...
Chegando ao terceiro e empossado Lula; chegando aos golpes do capitalismo sob um governo frágil e assistencialista; chegando ao avanço das empresas, e as desavenças com o social; chegando a 2010.
Retornando...
Retornando, em 2010, às mesmas invasões tecnológicas... consumo, coisa e tal; retornando às mesmas ditaduras, agora travestidas de um poder ainda maior do capital, que imprime sua marca com as leis do mercado; retornando à violência contra os movimentos sociais, bases, sem terras; retornando ao descaso público com as periferias brasileiras; e, finalmente, retornando ao nosso tão “glorioso” futebol, com tudo o que ele mostra, e tudo que apaga. Agora, com o gostinho de esperar a bola rolar bem de pertinho. Voilà 2014.
1961-2010 um espetáculo sobre as idas e vindas desse trecho de nossa história política.
terça-feira, 23 de março de 2010
Manifestação em Prol da Cultura
Como resultado da manifestação, foi recebido uma comissão com seis representantes da categoria para uma reunião e a FMC recuou na decisão, garantindo estudar a possibilidade de realização de um FIT menor. Entendemos isso como um primeiro passo para conquistas dos artistas, pois foi resultado da mobilização da pressão popular em um momento em que a atual administração dessa Fundação é marcada pela falta de dialogo e autoritarismo, o que vem resultando em decisões equivocadas sem a consulta previa da categoria.
Entendendo a importância da mobilização dos artistas e sociedade e que também devemos avançar para termos melhores conquistas. Propomos uma manifestação no dia 27 de março, a fim de denunciar todo o descaso com a cultura, exigir a realização do FIT-BH, melhores condições de trabalho para os artistas e de acesso para a população. Contra toda forma de mercantilização da cultura.
CONVIDAMOS À TODOS PARA UMA REUNIÃO DE ORGANIZAÇÃO
DIA: 23 de março
HORA: 19h00mim
LOCAL: Espaço Teatro Garagem – sede do Grupo Trama de Teatro – Rua Salinas 642, Floresta, Belo Horizonte.
DIVULGUE, PARTICIPE, AJUDE A CONSTRUIR ESSE ATO!
DIA DA MANIFESTAÇÃO
DIA 27 DE MARÇO (SABADO)
● CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DA ESTAÇÃO A PARTIR DAS 13H00MIM
● PASSEATA ATÉ A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE – SAIDA AS 15H00MIM.
MANIFESTO CONTRA A GESTÃO AUTORITÁRIA
NA CULTURA DE BELO HORIZONTE
No próximo dia 27 de março deveríamos comemorar o dia internacional do teatro, mas neste ano a data não é merecedora de celebração festiva. Afirmamos isso com total certeza frente ao momento crítico no âmbito da gestão pública da cultura que vive a capital mineira.
Após acompanharmos a extinção espúria e na “calada da noite” da Secretaria Municipal de Cultura em 2004, vimos surgir uma Fundação Cultural inóspita, inoperante e, mais recentemente, com uma administração autoritária. O esvaziamento conceitual e a irresponsabilidade política dessa gestão chegaram a tal ponto que programas estruturantes e bem sucedidos como o Arena da Cultura e o BH Cidadania foram repentinamente suspensos. Quando imaginávamos que a situação não poderia ser pior, fomos afrontados com uma súbita mudança no orçamento da Lei Municipal de 2009 e o conseqüente atraso na divulgação de seu resultado. Não obstante tudo isso, o resultado divulgado é incoerente com a regulamentação da lei: o Fundo Municipal não recebeu os sessenta por cento de recursos garantidos pelo edital. Continuando a seqüência de leviandades, recebemos o comunicado do cancelamento da 10ª edição do Festival Internacional de Teatro a cinco meses de sua realização, acompanhado de justificativas inconsistentes e que desconsideram a importância do evento já garantido por lei. O mesmo despotismo que levou o prefeito Márcio Lacerda a proibir manifestações artísticas na Praça da Estação se reflete na atual administração da Fundação de Cultura.
O desrespeito com os artistas e trabalhadores da Cultura da cidade, sem a menor preocupação com a repercussão que tais fatos podem ter no trabalho e na sustentabilidade desse segmento, é recorrente nesta gestão. Não há mais como ficarmos calados e imóveis! Convocamos todos aqueles envolvidos com a Cultura da capital mineira, sejam profissionais da área e sociedade em geral, que distribuam esse manifesto pelo país.
Veja fotos da manifestação de quinta-feira em frente à Fundação Municipal de Cultura.
WWW.CIACRONICA.BLOGSPOT.COM
sábado, 6 de março de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Missão verdade



Nessa última quarta O Coletivoz , mais uma vez, travou um compromisso com a verdade. Mensagem alternativa de comunicação sobre “O que a mídia não fala sobre o Haiti”, pudemos ver, sofrer, ouvir, sofrer e resistir contra todo imperialismo que degola esse país sofrido e explorado. Estupefatos, aprendemos que a “Missão de Paz” da ONU sob o comando das tropas brasileiras causam um verdadeiro extermínio de inocentes com a simples missão de erradicar a pobreza pela morte do humano, mas nunca pela igualdade social.
Salve o povo haitiano, resistente pelas lutas de muitos anos de opressão; Um salve aos poetas dessa noite, que firmaram um pacto com a verdade por detrás da informação manipuladora e maniqueísta, trazendo o lirismo que grita, que escancara a verdade em fatos poéticos, e por isso mais profundos.
Salve os parceiros eternos que contribuíram com a mais humana força advinda: Bruno e Roger (Oficina de Imagem), Kdú e Cipreste, Dw e Maura, Fábio Júlio e Lucas de Pedro, Jessé Duarte (pela idealização e organização da noite), Kaká (pela divulgação e comunicação verdade), ao apoio da galera da Conlutas, entre outros de grande expressão como Iaba, A. Barone, Rafael, Maria Helena, Soraia Bitencourt.
O que se viu no sarau foi um conglomerado de vozes, como representação maior. Saímos ácidos com a certeza de que não nos enganam. Sabemos agora que contra “todo pensamento que calam, só a palavra não resvala/ só o poema , no fim de tudo, é quem manda bala.”
Nossa Missão é de paz, quando se tem verdade, mas é também de guerra contra todo tipo de impunidade!
À luta, à voz!
Rogério Coelho
Para quem não pode estar presente, confira os vídeos exibidos:
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
SARAU DEDICADO A HISTORIA E A LUTA DO POVO HAITIANO!
Missão de Paz.
Igualdade?
Liberdade?
Fraternidade?
Conheça o Haiti de Verdade!
O Sarau Coletivoz tem revelado, ao longo de sua caminhada de resistência e continuidade, a voz de vários coletivos da cidade de Belo Horizonte e região. Todas as noites de quarta-feira, reunimo-nos em um bar na região do Barreiro para ler e ouvir poesia, simples assim. Sem hierarquia e de forma horizontal, a única hegemonia é da voz que já foi calada por muitos anos e precisa ser ouvida. Essa voz é a voz da periferia, a voz de todos os povos oprimidos por um sistema, que sempre de cima pra baixo é que determina a vida do povo.
Um dos povos das Américas que mais tem sofrido com opressões e explorações por parte dos governos imperialistas, é o povo do Haiti e muitos tomaram conhecimento da situação país, depois do terremoto que aconteceu nos últimos dias e consideramos que seria um oportunismo de nossa parte, partir desse acontecimento para realizar um sarau e apenas reiterar toda falsa política assistencialista dos governos, da mídia e de varias entidades que vivem da pobreza do outros. Pois essa mesma pobreza é também o combustível para o assistencialismo. O fato, é que o Coletivoz tem o intuito de dar voz, de revelar a voz que é calada e escondida, que é abafada. Como diz o manifesto da voz Coletiva “O sarau da Coletivoz é mais um grito, que deseja união de movimentos contra o silêncio da exclusão”. Por esse motivo seria um equivoco deixar passar esse momento, em que o povo vem sendo bombardeado, pela mídia, que usa de informações direcionadas, sobre um interesse maior de manter o prestígio dos governos imperialistas, esconder os massacres que a ONU vem proporcionando ao povo haitiano e silenciar a verdadeira situação do país. Para isso informações e imagens vêm sendo manipuladas e jogadas dentro de nossas casas e de nossas cabeças, pela televisão, por rádios, jornais, revistas e etc.
Por isso preparamos a programação do sarau dessa quarta (24 de fevereiro) com: Exibição de vídeo (O que a mídia não fala sobre o Haiti) montado a partir de imagens de sites e de organizações que também buscam dar visibilidade e denunciar a verdadeira situação do Haiti. Com esse vídeo trazemos a reflexão de que, como foi falado acima, a maioria da população toma conhecimento do que acontece fora do país e até mesmo no país através tele jornais, e veículos de informações que são na verdade grandes negócios, e por isso não divulgam noticias que poderiam contribuir para um avanço de consciência da população, pois fazer com que a população questione os acontecimentos significa colocar os negócios em risco. Além do vídeo será lido um cordel (Tirem as Tropas do Haiti) do Cordelista Nando Poeta. Esse cordel fala da historia do povo Haitiano e denuncia qual o verdadeiro papel da missão de Paz da ONU que é vergonhosamente comandada pelo governo brasileiro. Estará disponível também uma cartilha (Haiti, seu povo, sua historia, sua luta) que é parte de uma campanha internacional organizada pela Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas e pela Rede Jubileu Sul Brasil. Além disso, será mantida a programação habitual do sarau, microfone aberto para intervenções.
Participe, una sua voz a esse coletivo.Até quarta-feira,
A luta, Voz
Jessé Duarte